A Polícia Civil prendeu na terça-feira (18) Fabiana Souza dos Santos, de 29 anos, e Miqueias Manrick Alves da Silva, de 25 anos, ambos envolvidos no homicídio qualificado de Kaik Rener Marques Pereira, de 20 anos.
O caso chocou a comunidade do bairro Jorge Teixeira, zona leste de Manaus, e revelou a atuação de uma facção criminosa que opera na região.
O desaparecimento de Kaik Rener teve início no dia 3 de dezembro de 2024, quando ele foi sequestrado enquanto trabalhava na comunidade Valparaíso, bairro onde a facção teria presença significativa.
Após intensas investigações e diligências da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), os policiais localizaram o corpo do jovem nesta terça-feira, momento em que também resultaram nas prisões de Fabiana e Miqueias.
Em coletiva, a delegada Débora Barreiros, adjunta da DEHS, forneceu mais detalhes sobre a dinâmica do crime e o envolvimento de Fabiana, que é apontada como uma das chefes da facção criminosa local.
Segundo a delegada, a motivação do homicídio seria uma possível desconfiança de que Kaik estivesse envolvido com uma facção rival.
De acordo com as investigações, o criminoso identificado como “Pulga” teria chegado à casa onde Kaik estava trabalhando com o tio e questionado o jovem se ele era faccionado, já que se tratava de um rapaz de outra comunidade.
Foi nesse momento que Kaik, aparentemente desconfortável com a situação, entregou seu celular a Pulga. A delegada afirmou que, ao olhar o dispositivo, o criminoso encontrou uma foto do rapaz fazendo um símbolo associado a uma facção criminosa, o que teria levado a conclusão de que Kaik estava envolvido com o crime organizado.
No entanto, a delegada Débora Barreiros enfatizou que, após investigações aprofundadas, não há qualquer indício de que Kaik tivesse, de fato, ligação com atividades criminosas.
Segundo a autoridade, o jovem foi vítima de uma falsa acusação e, por isso, foi sequestrado e levado a uma área florestal na zona leste de Manaus, onde foi morto a facadas. O corpo foi enterrado em um local remoto, e só após a prisão de Miqueias, a polícia obteve informações que ajudaram a localizar o sepultamento.
“Após a prisão de Miqueias, conseguimos identificar o local onde o corpo de Kaik havia sido enterrado. A perícia esteve no local por vários dias, com o apoio de um cão farejador, até que finalmente conseguimos localizar a ossada. Esse foi um momento crucial para a elucidação desse crime brutal”, explicou a delegada.
A perícia indicou que o jovem foi morto com várias facadas, e o corpo foi enterrado de forma rudimentar, sem qualquer tentativa de ocultação sofisticada, o que dificultou o trabalho da polícia inicialmente.
A equipe da DEHS acredita que o caso tem relação com a disputa de facções criminosas, que muitas vezes atacam indivíduos de outras comunidades sob suspeita de envolvimento com facções rivais.
A prisão de Fabiana, que é apontada como uma das líderes da facção criminosa, e de Miqueias, trouxe novos elementos ao caso e possibilitou que a polícia avançasse nas investigações.
“Acreditamos que, com as prisões e com a continuidade das investigações, poderemos identificar outros envolvidos e desmantelar ainda mais a atuação dessa facção no local”, disse Débora Barreiros.
O caso segue sendo investigado, e a Polícia Civil trabalha para localizar outros possíveis envolvidos no homicídio e garantir que a justiça seja feita para a vítima, que, segundo a delegada, não tinha relação com o crime organizado.
A família de Kaik Rener aguarda o desfecho das investigações, enquanto a polícia segue em busca de mais provas e possíveis criminosos ligados ao caso.
Fonte: AM POST.