FOTO: Roberta Aline / MDS |
BRASIL – O
Bolsa Família, lançado em 2003, foi apontado como o programa mais
importante para a economia brasileira nas últimas décadas, segundo a 15ª
edição da Pesquisa Observatório Febraban (Federação Brasileira de
Bancos), realizada pelo Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e
Econômicas (Ipespe). Em segundo lugar aparece o Plano Real.
O levantamento foi feito com uma amostra de
três mil entrevistados, representativa da população brasileira, no
período de 3 a 9 de dezembro, e tem margem de erro de 1,8 pontos
percentuais para mais ou para menos.
Em uma lista de 12 programas ou ações
realizadas nas últimas décadas no país, o Bolsa Família foi apontado por
26% dos entrevistados como o mais importante para a economia brasileira
nas últimas décadas; seguido do Plano Real (23%); a abertura da
economia para o comércio internacional (15%); o Auxílio Emergencial
(9%); a participação do Brasil no BRICS (5%); e a Lei de
Responsabilidade Fiscal (3%).
A descoberta do Pré-Sal foi apontada por 3%
dos entrevistados, seguida da Reforma Trabalhista (2%); a Reforma da
Previdência (2%); a Reforma Tributária (2%); o Programa de Aceleração do
Crescimento-PAC (2%); e o Programa de privatização das
telecomunicações, energia e siderurgia (1%).
“O Plano Real e o Bolsa Família são vistos
como as duas principais marcas da economia brasileira na Nova República.
O que significa que a estabilidade da moeda juntamente com as políticas
sociais são ambas valorizadas como as mais relevantes alavancas do
nosso desenvolvimento, avalia o sociólogo e cientista político Antonio
Lavareda, presidente do Conselho Científico do Ipespe.
O levantamento mostra ainda que há
diferenças relevantes entre os perfis dos entrevistados que optaram pelo
Bolsa Família ou pelo Plano Real, os dois programas indicados como os
mais importantes na pesquisa. A menção ao Bolsa Família é maior entre
as mulheres (29%); na faixa de 18 a 24 anos (33%); entre os que
estudaram até o fundamental (34%) e na faixa de renda até dois salários
mínimos (35%). Já o Plano Real foi mais apontado entre os homens (26%);
na faixa de 45 a 59 anos (29%); entre os que têm formação universitária
(34%); e no segmento de renda acima de cinco Salário Mínimos (33%).
O Bolsa Família foi criado em 2003, na
primeira gestão de Luiz Inácio Lula da Silva, para combater a pobreza e
facilitar o acesso das famílias a direitos básicos como saúde, educação e
assistência social. Já o Plano Real foi lançado em 1994, no governo
Itamar Franco, com objetivo de conter a hiperinflação no país que, no
ano anterior, havia chegado a 2.477%.