Após dias internada na UTI, a operadora de caixa Mirian Lira, de 36 anos, concedeu uma emocionante entrevista nesta terça-feira (22), em sua casa, em Imperatriz (MA), onde falou pela primeira vez desde que perdeu os dois filhos — Evelyn Fernanda, de 13 anos, e Luís Fernando, de 7 — após consumirem um ovo de Páscoa supostamente envenenado. Mirian também comeu o chocolate e chegou a ser entubada, mas conseguiu sobreviver.
Ainda em recuperação física e emocional, ela revelou que não sabe como será sua vida daqui para frente. “Só Deus mesmo. Daqui para frente não tenho nem um pouco de noção como que vai ser. Só quero que seja feita justiça porque foram meus dois filhos que eu não vou ter mais de volta. Então é só o que eu peço: Justiça”, desabafou, visivelmente abalada.
A tragédia começou quando a família recebeu uma embalagem com ovo de Páscoa, e, segundo Mirian, uma ligação foi feita confirmando o recebimento do presente. “Quando chegou a embalagem, me ligaram, né? Me perguntaram se eu tinha recebido. Só que na minha cabeça, eu achei que fosse o povo da Cacau Show confirmando se eu tinha recebido a embalagem. Eu só apenas falei que tinha recebido e não procurei investigar mais de onde que vinha.”
De acordo com Mirian, não houve um momento específico em que alguém começou a comer o chocolate primeiro. “Só lembro que todos estavam na cozinha e provaram o chocolate praticamente juntos, cada um um pouco”, contou.
A polícia investiga se o produto foi envenenado, o que é atualmente a principal suspeita. O laudo pericial que pode confirmar a presença de substâncias tóxicas ainda não foi divulgado.
“Estou tentando digerir aos poucos, ainda. É muita informação. Estou tentando digerir devagarzinho”, disse Mirian, com a voz embargada.
Após sua alta hospitalar, Mirian teve autorização médica para acompanhar o velório e o enterro da filha mais velha, Evelyn, que faleceu cinco dias após o irmão mais novo. Os dois não resistiram aos efeitos do suposto envenenamento.
A Polícia Civil segue investigando a origem do ovo de Páscoa e quem seria o responsável por enviar o presente mortal. Mirian, agora em casa, busca forças para seguir adiante — e, acima de tudo, para ver a justiça ser feita.